LINHAS DE TORRES / LINES OF TORRES
O projecto das caches dedicadas às Linhas de Torres compreende um total de 10 caches distribuidas por alguns dos locais mais emblemáticos desta estrutura defensiva, que compreendeu mais de 150 fortes e redutos, considerada pelos especialistas como um dos mais eficientes sistemas de fortificação de campo da História.
Cada uma das caches abarca uma diferente temática relacionadas com este episódio da defesa de Lisboa por parte das tropas portuguesas e inglesas, face à terceira invasão do exército francês, entre 1809 e 1810.
Ao encontrar cada uma das 10 caches, o visitante receberá do seu dono 1/10 de uma cronologia com os principais acontecimentos da Guerra Penínsular, em Portugal.
The Torres Fortified Line consists of a series of 10 caches set amongst the most emblematic spots along this defensive structure, which saw the construction of 150 forts and was considered by military specialists as the most efficient system of field fortification.
Each cache deals with a different theme related with the episode of keeping Lisbon from the hands of the French between 1809 and 1810 by Portuguese and English troops.
On finding each of the caches, the visitor will receive from the cache owner a 1/10 of a excerpt with the main events in the Peninsular War in Portugal.
O Forte de São Vicente
O Forte de S. Vicente situa-se no cimo de um dos mais altos montes que cercam o vale onde está implantada a cidade de Torres Vedras.
É formado por um interessante conjunto de fossos, trincheiras, traveses e posições de fogo, que se mantém com a disposição do tempo da terceira invasão francesa. Este forte ainda se encontra num excelente estado de conservação.
A sua construção iniciou-se em 1809 e fazia parte do que viriam a chamar-se "Linhas de Torres Vedras".
O principal objectivo deste conjunto arquitectónico militar era a defesa de Lisboa. Pretendia-se criar, sob a proposta de Wellington (que previa uma nova invasão do exercito francês), um sistema de fortificações que reforçasse os obstáculos naturais e ao mesmo tempo permitisse a comunicação com o mar, salvaguardando assim uma possível retirada dos ingleses, em caso de derrota.
A construção das "Linhas de Torres" iniciou-se em Novembro de 1809 com os fortes de S. Julião da Barra, Sobral e Torres Vedras, a que se seguiram as fortificações de Mafra, Montachique, Bucelas e Vialonga.
Quando foram ocupadas, em 1810, tinham apenas 108 fortes, pois não estavam concluídas as obras, o que só veio a acontecer em 1812.
O Forte de S. Vicente era um dos pontos mais fortificados das "Linhas de Torres Vedras", continha 39 bocas de fogo e capacidade para 2.200 homens (podendo atingir os 4.000 homens). e juntamente com o Castelo (GCYM2B), que continha 11 bocas de fogo, constituíam os dois redutos da vila, aos quais se juntava uma bateria fechada, próxima do Varatojo.
O Forte de S. Vicente era o mais poderoso forte das linhas, pois defendia a estrada principal de Coimbra a Lisboa.
As Invasões Francesas
As primeiras invasões francesas (século XIX), Napoleão Bonaparte expande o império francês e decreta o Bloqueio Continental, para isolar a Inglaterra. Ao longo da primeira década daquele século, estas duas grandes potências iriam utilizar o território português para disputarem a hegemonia da Europa.
Portugal é velho aliado dos ingleses e em 1801, com o apoio francês, Espanha invade-nos.
A primeira invasão francesa dá-se em Novembro de 1807, sob o comando do General Junot e, a conselho dos ingleses, a Família Real foge para o Brasil. Junot ocupa Lisboa e assume a presidência do conselho de Governo.
Em 1808 os britânicos (General Wellesley) chegam a Lisboa. As tropas francesas, (General Delaborde), sofrem a sua primeira derrota, frente ao exército anglo-português, na batalha da Roliça, a 19 de Agosto.
O que restou das tropas francesas retirou-se para Torres Vedras, onde estava o grosso do exército, comandado por Junot, formando uma força de cerca de 12.000 homens.
Ao mesmo tempo, aos 14.000 soldados anglo-portugueses, juntavam-se mais 4.000 soldados ingleses, desembarcados no Porto Novo (Maceira, T. Vedras), junto ao Vimeiro, onde se travou uma nova batalha, a 21 de Agosto, que marcou a derrota definitiva do exército francês.
Os Generais Wellesley e Kellermann assinaram, na Maceira, o acordo de cessar-fogo, depois ratificado sob a designação de Convenção de Sintra.
Em 1809, o exército francês (Marechal Soult), invade novamente o país, dois meses depois, as tropas de Wellesley e Beresford vencem a batalha do Douro, obrigando Soult a sair de Portugal.
Após a retirada das tropas de Soult, o duque de Wellington defende Lisboa. Coronel Vincent elabora um relatório 1807, a pedido de Junot, sobre as excelências defensivas do terreno na região de Torres Vedras, bem como dos estudos topográficos do Major Barreiros e do Brigadeiro Neves Costa, manda edificar aquele que é considerado o mais eficiente sistema de fortificações de campo da História militar.
Este sistema defensivo consistia numa tripla linha de redutos de alvenaria, que reforçavam os obstáculos naturais do terreno, formando uma barreira delimitada pelo oceano e pelo rio Tejo. A primeira linha tinha uma extensão de 46 Km e ligava Alhandra à foz do Sizandro (T. Vedras).
A segunda linha, construída a cerca de 13 Km a Sul da primeira, tinha uma extensão de 39 Km e ligava o Forte da Casa a Ribamar. A terceira linha, que consistia no perímetro defensivo da praia de embarque (S. Julião da Barra), acerca de 40 Km a Sul da segunda linha, tinha uma extensão de 3 Km e ligava Paço de Arcos à Torre da Junqueira. Uma quarta linha foi ainda levantada na península de Setúbal, para evitar uma aproximação pelo Sul.
A eficiência deste sistema baseou-se em 5 pilares fundamentais que eram, sumariamente, a construção de estradas, de redutos de peças de artilharia, de um sistema de comunicações telegráficas, de construlção de fortificações em segredo e de uma política de queimada e de desertificação para melhor visibilidade e defesa.
No seu conjunto, as Linhas constituíam um verdadeiro reduto armado, defendido por 36.000 portugueses, 35.000 britânicos, 8.000 espanhóis e cerca de 60.000 homens de tropas portuguesas não regulares.
As Linhas de Torres Vedras estendiam-se por mais de 80 Km e eram constituídas por 152 fortificações, guarnecidas com 600 peças de artilharia.
in www.cm-tvedras.pt (adaptado)
E agora, o site que faltava, http://linhasdetorres.blogspot.com. Toda a história em artigos esclarecedores, dos historiadores da região das Linhas.
The French Invations and Saint Vicent Fortress
The Forte de São Vicente was part of the Linhas de Torres (Torres Lines), the defensive barrier of Lisbon, built as a protection against the French invasions.
In the beginning of the 18th century, Napoleon entered in conflict with England and invaded several European countries, trying to impose a continental blockade with which he intended to isolate and paralyze the enemy. Portugal, an old ally of England, defied the siege. In consequence, the French troops invaded Portugal and the royal family left for Brazil, advised by the English officer Wellington, who was to govern Portugal temporarily.
After the withdrawal of Napoleon's troops, the English, fearing that the French wouldn't keep their word (which they had done twice...), ordered the building of an efficient system of field blockhouses: the Torres Lines. It was a triple belt of 152 masonry redoubts that strengthened the land's natural obstacles, forming a barrier delimited by the river Tagus and the Atlantic Ocean: the first line was 46-kilometre (29-mile) long and linked Alhandra to the river Sizandro's estuary; the second, with 39 km (22 mi), stretched from Póvoa de Santa Iria to Ribamar; the third, with only three kilometres (two miles), connected Paço de Arcos to the Tower of Junqueira.
The Saint Vincent Fort stood on one of the higher hills of the valley where the city lies. It is formed by assemblage of ditches, trenches and gun-points, and was begun in 1809, having been a key instrument in the defeat of the French troops.