A bacia hidrográfica é
definida como uma unidade fisiográfica, limitada por divisores
topográficos, que recolhe a precipitação, age como um
reservatório de água e sedimentos, defluindo-os em uma secção
fluvial única, denominada exutório. Os divisores topográficos
ou divisores de água são as cristas das elevações do terreno
que separam a drenagem da precipitação entre duas bacias
adjacentes. As bacias podem ser classificadas de acordo com
sua importância, como principais (as que abrigam os rios de
maior porte), secundárias e terciárias; segundo sua
localização, como litorâneas ou interiores. Podem também ser
classificadas de acordo com o destino das águas como
exorréicas, quando as águas drenam direto para o mar;
endorréicas, quando as águas se perdem nas depressões;
arréicas, quando as águas acham-se privadas do escoamento
superficial; e criptorréica,quando o rio se infrilta no
solo.
Ora as várias bacias hidrigráficas
têm fronteiras, estas são cumeiras de montes e serras com a
propriedade de um dos lados escorrer para um rio e o
outro lado escorrer para outro rio. Existem também pontos triplices
onde se juntam três fronteiras de três bacias.
A cache encontra-se num destes
pontos. Quando aqui chove parte da àgua vai para a ribeira do
Divor, a noroeste, ou para o rio Xarrama, a sul, ou para o
Degebe, a este. Estes rios são conhecidos afluentes do Tejo,
Sado e Guadiana respectivamente. Assim as águas quando aqui
caem têm a possibilidade de terminar no mar perto de Lisboa ou
Setubal ou Vila Real de Sto António, e isto por uma questão de
metros. É esta a particularidade deste local.
As bacias hidrográficas aparecem em
muitos ramos da ciência. Na ecologia, hidrografia, como é claro,
mas também na informática e matemática. A determinação de uma bacia
a partir de um modelo de terreno é um algoritmo complexo. Basta
pensar que a fronteira entre bacias nem sempre segue os pontos de
cota mais elevados. Um exemplo é a serra da Estrela, ponto mais
alto de Portugal continental, não é fronteira entre duas bacias mas
encontra-se bem no meio da bacia hidrográfica do Mondego. Outro
exemplo e a zona da arrabida, em que a fronteira (entre Tejo e
Sado) passa pela serra de S. Francisco (cota 250m) e não pela
serra de S. Luís localizada numa cota mais alta (360-390m).