Em pleno séc. XIX,
esta vila era, entre muitas coisas, ponto de encontro para os
casais apaixonados, sobretudo aqueles que, segundo a mesma
sociedade, não o deveriam ser. Falamos, claro, dos amores
proibidos. Esta escolha por parte das pessoas, ficava a
dever-se ao facto de Sintra ser, ao mesmo tempo, afastada e
próxima de Lisboa. Ou seja, era suficientemente longe dos
olhares críticos e,como a viagem não era muito longa, ficava
perto da capital.
Propomos-lhe, então, que se ponha a caminho
desta bela vila. Não o fará, certamente, de coche, como em pleno
séc. XIX, mas tem de começar, exactamente, no local onde se inicia
a passagem por Sintra, na obra “Os Maias”. Para começar, damos-lhe
a coordenada do primeiro ponto. A partir daí, fica por sua conta.
Ou seja, o melhor é levar um papel e uma caneta, pois vai precisar
de fazer algumas contas. Para encontrar a coordenada do segundo
ponto, tem de fazer contas com base nas coordenadas do primeiro
ponto. Para encontrar as coordenadas do terceiro ponto, tem que
fazer contas com base nas coordenadas achadas do segundo ponto e
assim sucessivamente, até chegar à cache que está no último
ponto.
1º PONTO
Para cá chegar ainda vai precisar de um meio
de transporte.
N38º 47.339 W009º 22.488
«E, a passo, o breque foi penetrando sob as
árvores do ????. Com a paz das grandes sombras, envolvia-os pouco a
pouco uma lenta e embalada susurração de ramagens (...).» “Os
Maias”
Repare no curioso monumento funerário que a
voz popular designa como Túmulo dos Dois Irmãos. Segundo a lenda,
estão aí sepultados dois irmãos, tendo um deles, sem o saber e
movido por ciúmes, assassinado o outro, suicidando-se a seguir,
depois de conhecer a identidade da vítima. Mas a realidade parece
ser bem diferente: a abertura do túmulo, em 1830, a mando de
D.Manuel revelou a existência de apenas um corpo que, segundo as
teses mais plausíveis, embora ainda incomprovadas, trata-se de D.
Luís Coutinho, bispo de Viseu, mais tarde de Lisboa, que teria
falecido em Sintra, vítima de lepra, em meados do séc.
XV.
É
de referir, ainda, que o túmulo se encontrava, inicialmente, no
cemitério, local que hoje é ocupado pelo campo de futebol. Optamos
por este monumento por mero interesse, pois o mesmo não é referido
na obra.
Para chegar ao ponto seguinte, precisa de
fazer algumas contas:
Coordenada N - Divida por quatro a data em
que o monumento foi restaurado. Ao total some 22. Some o resultado
obtido à cordenada N do primeiro ponto.
Coordenada W - Pegue no último algarismo da
data e divida-o pelo nº de irmãos. Some 1000. Pegue no total e some
à coordenada W do primeiro ponto.
Se chegou até à vila de carro, recomendamos
que o estacione, e que faça o percurso a pé.
2º PONTO
Se fez bem as contas, chegou a um hotel que
nem sempre teve o nome que tem hoje. Até 1977, aqui funcionava o
Hotel Nunes, um dos três hoteis onde os apaixonados se hospedavam.
Um era o Hotel Victor, que já não existe, e o outro, que ainda
existe, não lhe podemos dizer já o nome, pois vai até lá no 5º
ponto
«- Nós não vamos para (...) – disse Carlos,
saindo bruscamente do seu silêncio e espertando os
cavalos.
- Vamos para o Nunes, estamos lá melhor!»
“Os Maias”
Quer continuar? Se respondeu
afirmativamente, mais contas terá de fazer. De frente para a porta
principal:
Coordenada N - Retire à coordenada N do
primeiro ponto, metade das estrelas.
Coordenada W - Multiplique por dois o nº de
varandas, ao qual deve somar o nº de lâmpadas que estão por baixo
do telheiro e, de seguida, retirar o nº de hastes das bandeiras.
Pegue no total e diminua à coordenada W do primeiro
ponto.
3º PONTO
Depois de ler o excerto que se segue,
certamente, irá perceber se acertou nas contas, pois é fácil
perceber a que monumento é que Cruges de refere.
«E foi o que mais lhe (Cruges) agradou –
este maciço e silencioso ???, sem florões e sem torres,
patriarcalmente assentado entre o casario da vila, com as suas
belas janelas manuelinas que lhe fazem um nobre semblante real
(...).» “Os Maias”
Se estiver de frente para uma fonte, é bom
sinal, pois está no bom caminho.
Coordenada N - Multiplique por sete o nº de
saídas de água da fonte e retire o valor que obteu, à coordenada N
do terceiro ponto.
Coordenada W - Multiplique o nº de arcos
pelo nº de candeeiros que estão pendurados no tecto para lá dos
arcos. Multiplique o total por dois e some o resultado à coordenada
W do terceiro ponto.
4º PONTO
«Na praça, por defronte das lojas vazias e
silenciosas, cães vadios dormiam ao sol. Através das grades da
cadeia, os presos pediam esmolas (...).» “Os Maias”
Não vai acreditar, mas se fez bem as contas,
está de frente para a antiga Cadeia da Comarca. O edifício foi
erguido no séc. XIX, para instalar os condenados da região saloia.
No entanto, o facto dos presos incomodarem os transeuntes com
palavras e gestos desagradáveis, fez com que a população da vila se
manifestasse contra a sua localização e pedissem a sua
transferência para uma zona mais isolada. E assim aconteceu. Em
1911 inicia-se a adaptação do edifício para o que hoje aí funciona.
Não quer desistir, pois não? Então siga as nossas
indicações.
De frente para as portas:
Coordenada N - Multiplique por dois o nº da
porta impar, ao valor obtido some o nº de arcos mais o nº de
círculos em pedra. Retire o valor obtido à cordenada N do quarto
ponto.
Coordenada W - Some as duas portas pares e
multiplique por dois. Pegue no total e some duas vezes o nº de
quadrados em pedra. Some o total à coordenada W do quarto
ponto.
5º PONTO
>
«- ??? onde é? Na serra? – perguntou ele,
(Cruges) com a ideia repentina de ficar ali um mês naquele
paraíso.» “Os Maias”
Se tudo estiver a correr bem, está perante o
hotel mais antigo da Península Ibérica. Nascido em 1764 com o
actual nome, transformou-se em Hospedaria Inglesa em 1850. Foi
depois vendido ao Srº Miguel Gallway que aumentou o edifício para,
em 1900, alugar uma parte para ser usada como pastelaria, onde se
fabricaram os primeiros pastéis de feijão. Em 1935 foi comprado por
uma senhora checoslovaca que abriu o hotel em 1949 como Estalagem
dos Cavaleiros, que viria a encerrar em 1961. Em 1989 é adquirido
pela família holandesa Bos e reerguido até à presente data para
mais uma vez se chamar ????.
Para avançar, mais contas tem de
fazer:
Coordenada N - O que é que costuma haver em
cima dos telhados? Chaminés! Procure uma, com uma data. Pegue no
terceiro algarismo e multiplique-o pelo último algarismo. Ao total
obtido tire o número formado pelos dois primeiros algarismos. Pegue
no total obtido e some à coordenada N do quinto ponto.
Coordenada W - Os três últimos algarismos da
data formam um número. Divida-o por três. Ao total, some 58. Ao
valor obtido some a coordenada W do quinto ponto.
CURIOSIDADE: Antes de avançar, dê uma vista
de olhos para o pequeno quintal que está do outro lado da estrada e
que tem o nº 23. Se olhar bem, ainda consegue ver algumas argolas,
em ferro, numa das paredes interiores. Era neste espaço que ficavam
os burros que antigamente transportavam os turistas até ao
castelo.
6º PONTO
«Eram duas horas quando os dois amigos saíam
enfim do hotel, a fazer esse passeio a ???? – que desde Lisboa
tentava tanto o maestro.» “Os Maias”
Não desista...Está quase a chegar ao fim.
Agora, deve estar perante um majestoso edifício, construído no
último quartel do séc. XVIII por Daniel Gildemeester, então consul
da Holanda em Portugal. Nos finais desse século, foi vendido ao
Marquês de Marialva, D. Diogo Vito, que acrescentou, à primitiva
construção, o corpo do lado nascente e o majestoso arco triunfal,
encimado pelo brasão real e um medalhão que contém as efiges de D.
João VI e D. Carlota Joaquina.
Pois é, que pena...estas são as últimas
contas que precisa de fazer para chegar à cache:
Coordenada N - Multiplique o nº de estrelas
pelo nº de candeeiros que vê na fachada principal. Pegue no total e
multiplique-o pelo nº de efíges que estão no medalhão do arco. Ao
total obtido some 11. Pegue no valor obtido e diminua da coordenada
N do sexto ponto.
Coordenada W - Multiplique o nº de estrelas
pelo nº de candeeiros que vê na fachada principal. Pegue no total e
some o nº que associamos ao azar. Pegue no total e diminua da
coordenada W do sexto ponto.
ÚLTIMO PONTO -
CACHE
Agora é só procurar. Damos-lhe uma pista:
quando o muro do lado norte deixa de ser liso.
Conseguiu? Parabéns! Esperemos que tenha
gostado deste passeio. Agora, recomendamos que regresse à vila e
restabeleça a energia perdida, saboreando os deliciosos
travesseiros de Sintra.