História de Serzedo
A palavra 'Cerzedo' aparece no diploma mais antigo, segundo documentos datados de 995, o nome desta freguesia era Cerseto.
Em 1030 já nos aparece com a denominação de Cereseto. Finalmente, em 1157 já a grafia se apresenta definitiva – Cerzeto e assim nos aparece no foral concedido por D. Manuel, em 1518. Ora se tivermos em conta o que se observa nos velhos marcos da freguesia datados de 1599, a grafia correcta da toponímia teria de ser Cerzedo e não Serzedo. Mesmo se pode observar na seguinte inscrição na Capela de Nª Sr.ª Fontes:
'ESTA HERMIDA DE NOSSA SENHORA DE FONTES HE DO MOESTEIRO DE SAM SALVADOR DE IGREIO E SOFRAGVANHA HE SVA IGREIA DE SAM MAMEDE DE CERZEDO A QVAL FOI DE NOVO REEDIFICADA POR O PRIOR E CONVENTO DO DITO MOESTEIRO EM O ANNO DE CHRISTO IESVNOSSO SALVADOR DE MDLLVI A VII DEZEMBRO'
Ainda então inexistente e a sua menção é devida à identificação do ribeiro que passa em Grijó (…'vindo de oriente, do Monte Feiteira'…), o qual parece então anónimo, como se deduz da localização de Grijó.
Este ribeiro… 'discorre de Serzedo'…, do que se vê ser este local o mais importante naqueles tempos, do território da actual freguesia, pois à confluência desse ribeiro com as povoações de Fontes, Outeiral, Corvadelo e Sabariz (estas já existentes ou, como se esperaria, foram as mais importantes de Serzedo, na definição do curso de água que passa junto a Grijó), é devido o nome da freguesia.
Como esta povoação se localiza entre o Monte de Pedroso e o litoral, entende-se que o povoamento do território do que hoje é Serzedo deve ser talvez de épocas pré-históricas. O próprio topónimo é antiquíssimo.
Nos Portugaliae Monumenta Histórica, Diplomata et Chartea, Torre do Tombo, Lisboa, encontram-se frequentes documentos referindo-se já a esses lugares: a palavra Cerzedo, aparece nos diplomas nos anos de 948, 988, 1043, 1050 e 1072.
A conquista romana, em 206 a.C. fez-se pelos caminhos dos Celtas e dos Iberos e por essa mesmas vias, melhoradas, é que penetraram, mais tarde, as hostes germânicas e árabes. Foi neste envolvimento de etnias que se desenvolveram as Villas, forma superior de povoamento e de administração romana, núcleos em torno dos quais se consolidou a civilização medieval Douro-Vouguense.
Assim, as terras de Gaia, vão até Terras de santa Maria da Feira, compondo-se de uma série de freguesias, em que Serzedo marca presença.
De que os mouros aqui passaram ninguém duvida. (Mahamuti, agora Mafamude, Almeàra, o dormitório urbano, a estrada mourisca, que atravessa Serzedo vinda de Grijó em direcção ao norte do concelho).
Tanto a estrada mourisca, que em tempos foi caminho obrigatória que unia as Terras de Santa Maria da Feira a Gaia, passando e rasgando as freguesias de Guetim Grijó, Sermonde, São Félix da Marinha, Serzedo, Perosinho, Canelas, Gulpilhares, Valadares e Madalena até chegar ao Calem, como outras carrarias de Serzedo, faziam parte de uma importante rede de caminhos que ligou todos os lugares, desde as velhas idades ao paleolítico, neolítico e proto-história.
Os romanos, mais tarde, aproveitaram essas vias e evoluíram-nas. É possivelmente, ao longo desses caminhos que teremos que procurar albergarias, anta, castelos, castros, paróquias do reino suevo, vilas, paços mamoas, etc. neste caso particular temos a Mamoa da Barrosa em Serzedo, monumento da época pré-histórica, que se supõe ser culto sepulcro.
Nos dias de hoje, Serzedo tem uma Igreja Milenar como Igreja Matriz mas até à sua construção e desde 922, altura em que foi fundado, Serzedo pertenceu ao Mosteiro de Grijó.
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