Nascido em Mozelos em 1877, Manuel Laranjeira, foi um escritor português bastante ecléctico tendo escrito teatro, ficção, ensaios, poesia e estudos sobre política, filosofia e religião.
Ainda como estudante já colaborava com várias publicações periódicas de onde se destacam a "Revista Nova", "A Arte" e "O Norte".
Em 1898 vai viver para Espinho e matricula-se no Curso Superior de Medicina na Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Conclui o Curso de Medicina em 1904 e, em 1907, inicia a sua tese de doutoramento denominada “A Doença da Santidade”.
Durante este período, Manuel Laranjeira, desenvolve intervenções de natureza social e política. É deste modo que o vemos agir politicamente, por exemplo, na Comissão de Propaganda do Centro Democrático de Espinho, e socialmente, com polémicas crónicas na imprensa.
No entanto, ainda novo, sentindo os efeitos da doença (uma sífilis nervosa), desiludido com a inépcia dos políticos e com a falta de incentivos culturais no quotidiano nacional, foi sujeito a crises depressivas que se iriam agravando progressivamente e que culminariam com o seu suicídio em 1912
Dotado de um saber enciclopédico e de uma vasta cultura literária e artística, Manuel Laranjeira possuía ainda um espírito mordaz e contundente, o que o levou a intervir na vida do nosso país assumindo-se como um espírito permanente insatisfeito com a pequenez da sociedade e da cultura que o rodeava.
Tem, actualmente, em Espinho uma escola com o seu nome: Escola Secundária Dr. Manuel Laranjeira e aqui neste Parque do Murado em Mozelos um monumento em sua honra.
Obras publicadas
- Amanhã;
- A Doença da Santidade (Tese de doutoramento);
- Comigo. Versos dum Solitário;
- Naquele Engano d'Alma;
- Cartas;
- Diário Íntimo;
- A Cartilha Maternal e a Fisiologia;
- Dor Surda;
- Prosas Perdidas.