Afonso era um bravo rapaz que desde cedo começou a fazer-se notar pelos seus heróicos feitos e pelas suas capacidades em estratégia de guerra. Depois de alguns anos passados na Índia, Afonso chega a terras portuguesas onde corria a notícia de que estava iminente uma batalha com o rei de Espanha.
Dinis, o Rei de Portugal, possuía uma enorme quinta afastada de tudo e de todos, a fim de se proteger a si e à sua família e era sobretudo na altura das vindimas que por lá passavam alguns meses. Situava-se em terras bairradinas num vale, ao qual, Dinis, atribuíra o seu sobrenome “Estêvão”. A quinta possuía vários hectares de vinhas, que garantiam trabalho diário a 30 criados nas suas 3 adegas. Era dotada de um sistema de captação de água feita no rio Cértima, que era levada até um depósito existente na quinta, e era rodeada por pinhais onde era frequente o Rei caçar.
Dinis ao ouvir os rumores de tal batalha, manda chamar à sua quinta Afonso para saber as suas opiniões sobre a batalha. Quando Afonso entrou na sala principal , reparou que um reposteiro se mexia e, temendo alguma traição, afastou-o repentinamente, descobrindo a jovem Leonor, sobrinha do Rei de Portugal que tinha curiosidade de ver como era o jovem cavaleiro de quem tanto se falava. Após o encontro com o Rei onde este prometera ao jovem cavaleiro a protecção pela armada portuguesa, João voltou a encontrar Leonor, marcando, para o dia seguinte, um encontro nos estábulos.
Foi então que a jovem lhe confessou o seu amor. Embora o tivesse visto pela primeira vez no dia anterior, já há muito tempo que ouvia os relatos que faziam da sua pessoa e dos seus feitos. A jovem jurou que o seguiria na vida e na morte e amaldiçoou-o de que morreria sozinho e na miséria, se algum dia partisse sem ela. A bela Leonor chorou quando viu Afonso partir, com a ajuda de apenas 500 homens, para desafiar o rei de Espanha, que possuía um exército de 50 mil homens. Mas a audácia dos Portugueses era tão forte que o rei de Espanha foi derrotado, após uma sangrenta batalha.
Com uma enorme alegria, Dinis recebeu Afonso, na sua quinta, prestando-lhe as maiores honras. Leonor apercebeu-se que este a evitava e perguntou-lhe qual a razão daquela atitude. Afonso explicou-lhe então que ele era um homem de viagens e, em breve, deveria partir para Inglaterra, enquanto ela estava destinada a ser a esposa do sucessor de Portugal. Leonor disse-lhe que nunca se casaria com outro homem que não fosse Afonso e que, se ele não voltasse para ir buscá-la, a sua maldição recairia sobre ele e sobre todos os seus descendentes até à terceira geração.
Afonso nunca foi buscar Leonor e regressou a Portugal, onde a sorte nunca mais o acompanhou. Apesar de recebido com honras pelo rei, depressa foi preso e despojado de seus bens, devido a falsos testemunhos contra ele levantados. O altivo e belo Afonso morreu, deixando a mulher e filhos numa grande miséria, cumprindo-se assim a maldição de Leonor.
O caseiro da quinta mais tarde encontrou por acaso uma mensagem escrita em papiro dentro de um recipiente escondido, nessa mensagem era possível ler:"Depois da morte a quem estiveres destinada irás recair sobre o local em que te conheci..." Para quebrar a maldição, todos aqueles que encontrarem o recipiente devem assinar os seus nomes. Quantos mais nomes estiverem escritos na mensagem mais depressa a quinta se livrará da maldição.
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