O Monumento encontra-se na rotunda junto ao Parque Industrial na bifurcação das estradas para Midões e Candosa, constando também para além do Soldado uma placa com os nomes dos combatentes do concelho mortos em combate.
Muito provavelmente não existe nenhum concelho do país, que não tenha perdido alguns dos seus filhos nessa guerra e, certamente também, todos eles terão de alguma forma homenageado os seus heróis, para que a sua memória seja perpetuada e gerações vindouras possam conhece melhor a história e admirar os seus antepassados que viveram esses tempos dramáticos.
Este poema, escrito anos antes do início do período considerado como de conflito colonial (o poema veio a público em 1959, data da morte do poeta), simboliza bem a dor e a saudade dos familiares dos soldados que embarcaram para África, presentes na “menina dos olhos tristes”, simbolizando as noivas, ou a “senhora de olhos cansados” e o “senhor pensativo”, simbolizando os pais e ainda o “amigo a quem uma carta fez chorar”.
MENINA DOS OLHOS TRISTES
(Reinaldo Ferreira - Poeta português - 1922/1959
Menina dos olhos tristes
O que tanto a faz chorar?
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.
Senhora de olhos cansados,
Por que a fatiga o tear?
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.
Vamos senhor pensativo,
Olhe o cachimbo a apagar.
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.
Anda bem triste o amigo,
Uma carta o fez chorar.
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.
A lua, que é viajante,
É que nos pode informar,
- O soldadinho já volta
Do outro lado do mar.
O soldadinho já volta
Está quase mesmo a chegar,
Vem numa caixa de pinho.
Desta vez o soldadinho
Nunca mais se faz ao mar..
Notas: É necessário material de escrita.
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