Um desses exemplos é
Shine on Your Crazy Diamond, uma música inicialmente dividida em duas partes com que inicia e termina o álbum
Wish You Were Here e que é porventura um dos melhores exemplares de rock progressivo, em que os vários instrumentos se vão adicionando numa composição muito profunda e tocante, cuja letra é, mais uma vez, dedicada/inspirada a/em Syd Barret, que anos antes tinha abandonado a banda por motivos de alienação psíquica associada ao consumo de drogas.
Apesar de ter estado relativamente pouco tempo nos Pink Floyd, Syd Barret influenciou bastante todo o trabalho que veio a seguir a ele e é muito difícil escutar The Piper at the Gates of Dawn, o primeiro álbum da banda lançado em 1967, sem pensar no que teria sido dos Pink Floyd se Syd Barret continuasse como compositor, guitarrista e vocalista.
Após alguns momentos conturbados, os Pink Floyd, já com David Gilmour no lugar de Syd Barret, lançaram em 1971 o álbum Echoes que terminava com uma música homónima. Trata-se também de uma das melhores composições da banda e é normalmente considerada como a música que definiu e iniciou o estilo muito próprio do que os Pink Floyd fariam de seguida, servindo um pouco como “molde de sonoridade” aos quatro outros álbuns que a banda lançaria durante a década de 1970.
Em 1977, já depois do sucesso mundial, os Pink Floyd lançaram o álbum Animals que, apesar de não ter atingido o mesmo êxito que Dark Side of the Moon, Wish You Were Here ou The Wall, está também muito bem conseguido. Animals é um álbum concetual, inspirado na fábula Animal Farm [O Triunfo dos Porcos] de George Orwell, e é composto por cinco músicas, sendo que três delas servem para resumir a humanidade segundo a visão de Roger Waters, na medida em que cada Homem pode pertencer ao grupo dos Dogs (Homens de negócios) ou Pigs (Políticos corruptos e moralistas) e no caso de não pertencer a nenhum dos anteriores é “apenas” uma Sheep (os que seguem os outros):
“Have you heard the news?
The dogs are dead!
You better stay home
And do as you're told.
Get out of the road if you want to grow old.”
Após
The Wall, Roger Waters insistiu na temática e compôs
The Final Cut mas os resultados não foram os esperados, o que aliado à forma um pouco “déspota” como ele conduzia os destinos da banda, levou a sucessivos desentendimentos entre os membros e ao final dos Pink Floyd.
Porém, em 1987, Gilmour, Wright e Mason, depois de uma batalha legal contra Roger Waters sobre os direitos de autor e a utilização do nome da banda, "re-fundaram" os Pink Floyd e compuseram um novo álbum,
A Momentary Lapse of Reason, voltando à “estrada”. Já em 1994 os Pink Floyd lançaram o seu último álbum de originais,
The Division Bell e no ano seguinte fizeram uma grande
turnée mundial que deu origem ao álbum ao vivo
PULSE. Apesar de continuarem com resultados satisfatórios, sobretudo devido ao nome que entretanto tinham construído, é um facto inquestionável, até pelos próprios membros, que a qualidade musical e de composição foi inferior quando comparada com outros tempos. Curiosamente, também a carreira individual de Roger Waters após ter saído da banda não teve o mesmo esplendor.
A CACHE
Nesta colocação, o objetivo foi reunir os diversos elementos que estiveram individualmente na base das escolhas das outras caches do projeto, pelo que esta cache encontra-se junto à cascata das Porqueiras, uma aldeia abandonada numa encosta da montanha e para lá chegarem terão de fazer uma pequena caminhada.
Para a descobrirem deverão ir até à Aldeia da Lomba [Vale de Cambra] e seguir pelo trilho que criámos e que podem descarregar aqui. Devem passar pela aldeia e, um pouco antes de chegarem à pequena capela que se encontra no topo da colina, deverão seguir pela vossa esquerda por um caminho que vos levará exatamente à aldeia abandonada.
Ainda antes de chegarem às Porqueiras já poderão ter um vislumbre da cascata. Tratando-se de uma ribeira de montanha, o seu caudal é naturalmente variável ao longo do ano, assim como o esplendor que poderá retribuir. Aconselhamos a visita na primavera ou no outono, sendo que no verão poderão refrescar-se nas suas lagoas e no inverno poderão ter dificuldades acrescidas em chegar ao GZ. Depois de explorarem os restos que ficaram de um passado de trabalho naqueles socalcos, deverão aceder à ribeira e subir até à cascata, saltando de pedra em pedra. Quase a chegar lá irão enfrentar algumas provas, nomeadamente uma pequena passagem de fé:
A colocação desta cache finaliza este projeto, que procura divulgar alguns locais menos conhecidos da região, mesclando montanha, caminhadas, aldeias abandonadas, cursos de água e cascatas, sempre com uma banda sonora excelente e cujos containers são eles próprios uma pequena viagem entre três suportes/formatos da música e que refletem ainda a sua evolução. Este projeto deu muito prazer a idealizar e a concretizar. Esperamos apenas que parte desse encanto pelos locais, pelas caches e pela música passe para todos aqueles que forem à sua descoberta.
Desfrutem do percurso, protegendo a Natureza!