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Terrain:
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(small)
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A CACHE NÃO SE ENCONTRA NAS COORDENADAS INICIAIS
Groeten Likeurtjes (Saudações cordiais)
Agradecendo antecipadamente a atenção de V. Exa, apresento os meus melhores cumprimentos.
O meu nome é Simon Stevin e fui um engenheiro militar, físico e matemático flamengo.
Nasci em Bruges e fui eu que propus o sistema decimal de pesos e medidas.
É por essa razão que a partir de hoje estou aqui. Para comemorar o meu dia favorito.
Dia 10 do mês 10 do ano 10. Infelizmente só acontece de 100 em 100 anos.
Curiosamente, para vocês, portugueses, esta data tem sido marcada por grandes desafios. Se bem me lembro, no sec. XIX (10-10-1810) o vosso país tinha sido invadido pelas tropas franceses que, neste dia, estavam a chegar às “Linhas de Torres”; no sec.XX (10-10-1910) estavam em pleno processo revolucionário e no sec. XXI a coisa também não parece nada calma. Mas isso é política e eu sou um matemático.
Porquê falar do sistema decimal aqui, no geocaching? Porque apesar de o “meu sistema” ser utilizado quase universalmente, ainda existem algumas medidas que continuam a utilizar o sistema antigo, o sexagesimal.
Pois é. O sistema sexagesimal ainda é empregue nas medidas de tempo e de ângulos (e de coordenadas geográficas angulares) que os geocachers tanto utilizam. Digamos que vossas excelências são o meu público-alvo para a divulgação do sistema decimal (dos relojoeiros trato depois).
Passo a explicar.
O sistema sexagesimal ou “sistema do patronum” é um sistema de numeração de base 60, criado pela antiga civilização Suméria. Uma possível razão para o aparecimento deste sistema de numeração poderá vir da união de um sistema de contagem de base 5, que se baseava em contar com os dedos da mão, com o sistema de contagem de base 12, que usava o método das três falanges. O sistema consistia em contar as falanges dos dedos da mão direita, utilizando o polegar, totalizando doze falanges (três falanges em quatro dedos). Com os cinco dedos da mão esquerda contavam-se as dúzias, totalizando cinco dúzias, ou seja, 60.
Nas medidas usuais de tempo, uma hora é dividida em 60 minutos e cada minuto em 60 segundos. O segundo era dividido em 60 terceiros e assim por diante, mas actualmente o segundo é dividido através de um sistema decimal. A coisa está a evoluir bem.
Nas medidas angulares, um grau é dividida em 60 minutos de arco e cada minuto de arco em 60 segundos de arco, mas no geocaching o mais utilizado é dividir o minuto em milésimos. Devagar, vai lá.
Ainda assim é um sistema complexo e apenas viável para contabilizar pequenas quantidades.
O sistema decimal é muito mais intuitivo e simples para o cálculo matemático. Supõe-se que o sistema foi adoptado por compatibilidade com o número de dedos das mãos. Simples, não é?
Deixo-vos o meu CV para que melhor possam conhecer a minha obra.
Curriculum Vitae de Simon Stevin
Nascido em Bruges, iniciou a sua carreira profissional como colector de impostos. Em 1581 passou a estudar em Leiden e dois anos depois entrou para a universidade local, na qual, após formar-se, passou a ensinar matemática.
Em 1585 publicou “De thiende” (o décimo) onde apresentou a noção de “fracções decimais”. Este pequeno livro de 36 páginas ganhou grande popularidade e teve grande influência na engenharia; na prática comercial e na notação matemática. Sentindo que a sua inovação era de tal forma significativa, afirmou que a aplicação universal de um sistema decimal de medição seria apenas uma questão de tempo.
A sua contribuição científica para o desenvolvimento da mecânica também foi notável. Pode-se dizer que o estudo da hidrostática teve início com Stevin. Demonstrou experimentalmente que a pressão exercida por um fluido num corpo submerso depende exclusivamente da sua altura (Teorema de Stevin), dando assim uma explicação ao chamado “paradoxo hidrostático”.
Também foi o primeiro a constatar que dois corpos de pesos diferentes, ao serem soltos ao mesmo tempo, chegam ao solo simultaneamente. Essa experiência costuma ser atribuída a Galileu (16 anos mais novo) que, no entanto, apenas a analisou melhor.
Stevin dedicou-se ainda a diversas outras áreas do conhecimento: calculou a declinação magnética (diferença angular entre o pólo norte magnético e o pólo norte geográfico) em diversos locais; demonstrou geometricamente a impossibilidade de funcionamento de um moto-perpétuo (dispositivo mecânico que se acreditava poder trabalhar infinitamente sem requerer energia) e escreveu pequenos tratados estabelecendo aplicações práticas de astronomia copernicana, direitos civis e escalas musicais.
E desta forma me despeço, referindo ainda que me poderão visitar na bela cidade de Bruges (Bélgica). Encontro-me nas coordenadas N 51º 12.396 E 03º 13.365, numa bela praça, muito próxima do centro.
Lamento dizer, mas aqueles ingratos ainda não colocaram uma cache em minha honra.
A CACHE:
Esta é uma cache mistério.
O local correspondente às coordenadas iniciais (N 38º 46.000 W 09º 25.000) fica próximo de uma lagoa mas não vamos testar o “Teorema de Stevin”.
Apenas é necessário uma pequena pesquisa para encontrar as coordenadas finais.
Nas coordenadas iniciais, os valores correspondentes às fracções dos minutos (os que utilizam o sistema decimal) estão a zero. Para saber as coordenadas finais basta substituir os zeros pelos 3 últimos algarismos dos anos de nascimento e morte de Simon Stevin (nascimento para coordenada N e morte para coordenada W).
Additional Hints
(Decrypt)
N 10+10 cnffbf qb pnzvaub
Pnzhsynqn