Na freguesia de Martim Longo,
concelho de Alcoutim, junto à povoação de Santa Justa, um monte de
pedras no cimo de um cerro, é um dos testemunhos do Calcolítico no
sul da Europa. Descobrto em 1978 pelo arqueólogo Vítor dos Santos
Gonçalves1, tem uma situação geográfica permite dominar
as vias e espaços de penetração natural, oferecendo uma magnífica
visibilidade.
O espaço central do povoado foi
protegido por uma muralha e reforçada exteriormente por outro muro
e, numa última fase, de novo reforçado na parte interna. Esta
extrutura foi completada com torres ocas e macissas. Os
acessos ao interior do espaço muralhado existiam nos extremos do
eixo longitudinal do povoado. Além da muralha havia também
cabanas de forma circular ou ovalada, que não superam os 2m de
eixo.
formas abertas
formas fechadas
Neste povoado foram detactados
restos de combustão, pequenos espaços circulares rodeados de
pedras, muito possívelmente usados para produção de cerâmicas.
Foram encontradas formas abertas e fechadas. Existem também
bastantes evidências de metalurgia do cobre, como escórias, moldes
de fundição, além de inumeros objectos como serras e escopros. O
minério seria extraido de minas a céu aberto nas redondesas como a
mina de Ferrarias.
1 V. S.
Gonçalves. Megalitismo e
metalurgia no Alto Algarve Oriental. Estudos e memórias 2, pp
17-330.