PC07 - Santuário dos Milagres [Leiria]
-
Difficulty:
-
-
Terrain:
-
Size:  (regular)
Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions
in our disclaimer.
A cache está localizada no largo do belíssimo Santuário Senhor Jesus dos Milagres.
A FREGUESIA
Esta bonita e moderna freguesia, pertencente ao concelho de Leiria, já conta com muitos anos de história.
A freguesia dos Milagres foi criada a 24 de Junho de 1750 composta por treze lugares. Destes lugares 9 foram cedidos pela freguesia de Colmeias e 4 pela freguesia de Regueira de Pontes. Ficaram então a fazer parte da freguesia dos Milagres os lugares de Bidoeira de Cima, Bidoeira de Baixo, Mata da Bidoeira, Val de Coelhos, Casal da Quinta, Ínsua, Figueiras, Balres, Mata da Ribeira da Godim, Alcaidaria, Bulhão, Quintas da Ribeira da Godim e Carreira. Mais tarde foram também criados os lugares de Triste Feia1, Casal dos Maios, Outeiro das Quintas, Corredoura, Portela da Mata, Texugueira, Carriço, Casal do Pilha e Colónia Agricola. Alguns destes lugares foram desanexados de outros já existentes.
Em 4 de Outubro de 1985 foi constituida a freguesia da Bidoeira de Cima retirando aos Milagres os lugares de Bidoeira de Cima, Bidoeira de Baixo, Val de Coelhos, Mata da Bidoeira, Texugueira e Carriço.
A freguesia ocupa uma área de cerca de 17 Km2 no Centro do Concelho de Leiria confrontando a Norte com as freguesias de Souto da Carpalhosa e Bidoeira de Cima, a Leste com Colmeias, a Sul com Boavista e Marrazes e a Oeste com a Freguesia Regueira de Pontes. Fica enquadrada de forma aproximada pelos paralelos 39º46’ e 39º49’ Norte e pelos meridianos 8º44’ e 8º48’ Oeste.
O SANTUÁRIO
A Igreja é levantada em memória de um milagre do Senhor Jesus e começou a ser construída no ano de 1732. As obras iniciaram-se com as esmolas recolhidas pela Confraria do Senhor Jesus. Em 1750, o interior do edifício estava concluído, faltando no exterior as torres e o gradeamento da galilé superior, terminados já no final do século XIX, por intervenção do arquitecto Korrodi. A direcção dos trabalhos esteve a cargo do mestre José da Silva, do Juncal, substituído em 1750 pelo seu filho Joaquim, que foi o responsável pela frontaria e pela galilé do templo. Neste mesmo ano de 1750 no mês de Junho, esta igreja foi erecta freguesia, com a respectiva provisão de pároco. Desconhece-se o autor do projecto da igreja. Fosse quem fosse estava familiarizado com as obras da Basílica de Mafra. A própria frontaria do templo dos Milagres parece decalcada do modelo da Basílica. Duas torres sineiras enquadram uma fachada de cinco vãos, sendo aqui o arco mais largo e abatido. No piso superior abrem-se cinco janelões. Lateralmente há dois claustros, de sete arcos com portas para o interior da igreja, esta é de uma só nave. A zona dos altares encontra-se separada do resto da nave por um cancelo de balaústres de calcário. A cúpula é caiada e muito funda. As janelas, quadradas, abertas na capela-mor sob a cornija apresentam-se entre superfícies de mármore preto. Alguns nichos e mísulas com estatuária animam as paredes da capela-mor. A toda a volta, painéis de azulejos setecentistas fabricados no Juncal em 1795 pelos ceramistas Silva e Sousa, netos do mestre José da Silva.
O MILAGRE
“Até ao ano de 1728 da era vulgar em que Deus Nosso Senhor quis mostrar neste sítio a sua omnipotência era este lugar deserto cujos matos davam pastagem aos gados do povo desta ribeira de Godim que neste tempo pertencia à freguesia de S. Sebastião de Regueira de Pontes deste Bispado de Leiria donde então era Bispo o Ex.mo Sr. D.Álvaro Abranges e lhe sucedeu o Ex.mo Sr. D. João de nossa Senhora da Porta, depois Arcebispo de Évora cidade, Cardeal da Cunha, Regedor das justiças e Inquisidor geral que foi o mesmo que fez este templo freguesia depois de passados alguns anos de sua erecção.
Neste mesmo ano que era 1728 vivia na falda deste monte na frente deste mesmo templo um homem chamado Manuel Francisco Maio, que era leso da cintura para baixo, que apenas se podia mover em cima duma cortiça, ajudado só das suas mãos e assim passava uma vida mendigando. Um dia , dia deste mesmo ano saio este homem para a sua costumada tarefa de pedir esmola e veio arrastando -se por entre os matos até ao lugar em que agora se acha colocada a capela mor e aqui a cortiça se lhe despedaçou e ficou inábil para poder daqui passar. Neste mesmo tempo soavam por toda a parte os contínuos milagres que experimentava quem com fé se valia da protecção do Sr. Jesus de Aveiro: este aflito homem cheio da mais viva fé, dando sentidissimos ais, gritou pelo Senhor Jesus de Aveiro, que o melhorasse e lhe prometeu que lhe iria levar um painel se o Senhor fosse servido, que ele pudesse caminhar.
Neste mesmo tempo ( caso maravilhoso! ) ficou em profundo sono e passados alguns minutos acordou são sem sombras de moléstia. E logo dando louvores a Deus por tão assinalada mercê se encaminhou para sua casa, deixando neste mesmo lugar o fragmento da cortiça, que por descuido se não se conservou na memória. Admiraram todos os seus vizinhos tão grande prodígio de verem são e livre de moléstia aquele que há poucos minutos tinham visto sair arrastando-se.
E logo no dia seguinte foi ele dito Manuel Francisco Maio ao lugar dos Balres desta mesma freguesia aonde assistia um pintor chamado José de Abreu e lhe levou uma tábua em que o dito pintor lhe fez a imagem ao Senhor Jesus a qual ele com muito contentamento trouxe para sua casa. E como era muito pobre no espaço de dois anos nunca se pós a caminho para ir levar o painel ao Senhor Jesus de Aveiro como tinha prometido: Confessou a sua falta e seu confessor lhe determinou o coloca-se no mesmo local onde tinha recebido o prodígio, o que ele logo fez, e no mês de Maio de 1730 colocou neste mesmo lugar o dito painel em uma cruz tosca: Depois de estar assim arvorada a cruz com o painel observou-se que os gados que actualmente vinham pastar a estas charnecas vizinhas fugiam obrigados da mosca e vinham virados para o Senhor formando um circulo em torno da cruz.
Causou isto tanta admiração a estes povos vizinhos, que todos em ranchos vinham visitar o Senhor a quem neste tempo chamava-se o Senhor do Maio. E como o Senhor foi servido logo fazer inumeráveis mercês a quem o invoca com viva fé todos exclamavam, Senhor dos Milagres ! E os mesmos que receberam os prodígios lhe puseram este soberano titulo : E em pouco tempo foram tão copiosas as esmolas de dinheiro, trigo, milho, cera, azeite, novilhos e outros generosos que logo se deu principio a este famoso templo, para cuja erecção chamaram o mestre José da Silva, do lugar do Juncal, que foi o que construiu esta obra, mais o mestre Joaquim da Silva, seu filho até ao estado presente.
Era assombro ver naqueles tempos a multidão dos enfermos que de muitas partes vinham a este sitio implorar a misericórdia do Senhor, deixando os aleijados aqui ficar as suas muletas e outros apresentando-lhes muitos quadros em que ternamente confessavam os favores recebidos. E logo que se começaram estas obras entrou a trabalhar o dito Manuel Francisco Maio. E estando a obra já na altura da cimalha real caio uma pedra de carrada e o levou consigo ao chão, aonde todos o esperavam morto: e ele se levantou são e foi continuando no mesmo trabalho.
Passados alguns anos andava ele em cima duma escada armando de cortinados o Apostolado que está por cima da dita cimalha e caindo a escada ele ficou em cima da cimalha sem o menor perigo. Viveu este celebre homem sempre pobre, morreu decrépito e jaz aqui mesmo. E eu José Roiz da Silva e Sousa, neto do dito mestre José da Silva fiz este azulejo e o mandei aqui colocar na era de 1795, e escrevi fielmente esta história escrita pelo rev.Luiz Gomes, tesoureiro actual desta igreja, sendo bispo de Leiria o Ex.mo Sr. Manuel de Aguiar inimitável devoto e zeloso do culto de Deus que para sempre vive e viva.”
Breve referência aos Azulejos do Juncal(GCRY4B)
Há alguns anos publicou Maria Filomena Silva Martins um excelente livro sobre "Os azulejos do Juncal" onde, além da descrição e estudo dos vários painéis que se encontram nos Milagres escreve: "Do final do século XVIII são os azulejos da igreja dos Milagres, estes da autoria de José Rodrigues, sem dúvida, uma vez que ele próprio os assina e data de 1795 (...).
Aqui, José Rodrigues optou, na capela-mor, por dar relevo à inscrição a azul sobre fundo branco, contendo a história do milagres que levou à construção do templo, num emolduramento de vários tons de azul. Esses conjuntos assentam sobre fundos marmoreados de que ressalta o amarelo.
Já os do corpo da igreja, todos iguais, formam diversos desenhos a azul vinoso, diferentes de todos os outros deste género. Aqui os sombreados e os riscos mais ou menos carregados dão ao conjunto um aspecto visual muito agradável.
Os azulejos dos Milagres foram, decerto, dos últimos a ser executados pelo fundador da Fábrica do Juncal (...)."
O KARTÓDROMO
O Kartódromo dos Milagres, está situado numa zona verde, cuja área total é de cerca de 50.000 metros quadrados. A pista tem as condições necessárias para proporcionar vários traçados, todos aprovados pela Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting, para realização de provas nacionais e internacionais. As principais realizações levadas a efeito neste Kartódromo têm tido pelos órgãos de comunicação social o devido reconhecimento e publicitação. Nos últimos anos e para além do karting, tem passado pelo circuito milagrense várias provas de Supermoto, resistências de vespas e expedições internacionais de automóveis.
Todas as informações retiradas de www.milagresleiria.com
Additional Hints
(Decrypt)
Rfgvdhrz-fr... ryn rfgá yá... rfcreb rh :)