Breve Introdução sobre a cache
Esta cache é o seguimento de outra (Quercus Lusitanica) que
pretende dar a conhecer a Serra D'Aire, nomeadamente no que diz
respeito ao animais que nela habitam, já que a Quercus Lusitanica
se foca essencialmente na flora. Aquilo que posso garantir nesta
cache, é uma caminhada longa, com uma vista fantástica, no meio
do mato (literalmente), a respirarem oxigénio de alta qualidade..
Por favor não tirem fotografias do local da cache final. Terão
a possibilidade se tiverem material de espeleologia de visitar uma
pequena gruta com não mais de 3m de altura e de observarem alguns
dos animais descritos abaixo.
Desde o ponto inicial até à cache final são cerca de 6kms
em terreno bastante acidentado, onde algumas vezes existem trilhos
pouco marcados mas que podem ser identificados pelas pegadas dos
javalis, bem como zonas de mato rasteiro em que é possivel caminhar
sem percurso definido e ainda grandes zonas de calcário que
permitem que se salte de pedra em pedra, evitando assim o mato mais
alto. O percurso só poderá ser feito a pé e por isso mesmo levar
crianças não é aconselhado, principalmente por ser muito cansativo
para eles.
Tenha em atenção que existem por vezes algumas "armadilhas" para
caçar Javalis, que são basicamente um cabo de aço agarrado a um
arbustos que tem um laço que se prende ao que passar junto ao
arbusto. Do local aconselhado para estacionar até ao ponto inicial
são cerca de 30m a caminhar. Dado a distância do ponto inicial até
à cache final, existe uma cache intermédia sensivelmente a meio
caminho (3km), por isso para regressar ao ponto inicial ou
voltam para trás ou pedem a alguém que vos vá buscar á aldeia mais
próxima da cache final, que está a cerca de 30m. Tanto a cache
inicial como a intermédia estão escondidas de forma
diferente...
Aconselho que a cache seja feita de dia. Caso desejem fazer o
caminho de regresso, comecem a caminhada muito cedo e não se
esqueçam que às 18h já é de noite. O material que aconselho que
utilizem é uma mochila ligeira, com kit de primeiros socorros,
impermeável ou polar quente, botas pouco flexíveis, 1 ou 2 bastões,
binóculos, um litro e meio de água por pessoa, uma manta térmica,
várias barras energéticas e pilhas suplentes para o Gps. Apesar da
cache estar disponível tanto no Verão como no Inverno, tenham em
atenção à rocha molhada, ao nevoeiro (já andei lá perdido 1 hora) e
á intensidade do sol particularmente á hora de almoço.
Os Habitats Aquáticos
As lagoas e os charcos temporários são habitats privilegiados
para a presença de algumas espécies que só ocorrem em função da
existência de água. Assim, duas espécies de cobra-de-água (Natrix
natrix e Natrix maura), coabitam com a presença habitual de
galinhas-de-água (Gallinula chloropus), mergulhões-pequenos
(Tachybaptus ruficollis) e de muitas das espécies de anfíbios que
dependem destes locais para sobrevirem. Apesar de parecer inusitado
se tivermos em conta a escassez de água à superficie, o Parque
abriga 13 das 17 espécies de anfíbios existentes em Portugal.
Verificando-se um exaustivo aproveitamento de todos os locais
possíveis para a postura e desenvolvimento das larvas, não é de
estranhar a presença de uma salamandra-dos-poços (Pleurodeles
waltl), o tritão-mar-morado (Triturus marmoratus)e, na época de
repodução, a salamandra-comum (Salamandra salamandra), numa
qualquer forma de colectar a água.
Os Arrelvados Calcícolas
Esta designação que pretende englobar um conjunto de habitats
naturais e semi-naturais, todos eles prioritários para a
conservação da natureza, caracteriza-se pela ocorrência de
formações herbáceas e de arbustos dispersos, as quais permitem a
existência de comunidades vegetais e a animais raras. Estes
espaços, em especial na Primavera, enchem-se de cores variadas,
onde há grande destaque para os narcisos e as orquídeas. Aqui, a
lagartixa-do-mato-ibérica (Psammodromushispanica) e a
cobra-de-pernas-tridáctila (Chalcides chalcides), têm o seu espaço
de eleição. No cimo de um pequeno arbusto a laverca (Alauda
arvensis) prepara a caça a uma das muitas borboletas de várias
espécies que necessitam deste habitat. Mais adiante, a lebre (Lepus
granatensis) observa sem receio a acrobata que pousa perto ao algar
para alimentar as suas crias: a gralha-de-bico-vermelho
(Pyrrhocorax pyrrhocorax). Esta espécie que, no caso do Parque,
nificica exclusivamente em algares, tem a sobrevivência ameaçada,
pois está dependente dos distema agro-pastoris que estão a
desaparecer. Quando chega a noite é facil ouvir o canto do
noitibó-cinzento (Caprimulgus europaeus) a ecoar pelos campos.
Habitats Rochosos
As formações rupícolas (comunidades que vivem nas rochas)
encontram-se entre os habitats mais significativos desta área
protegida. Vivendo em condições extremas (a falta de água, o calor,
a dureza das rochas), os seres vivos que aqui habitam adaptaram-se
ao meio, tirando proveito dessas dificuldades. Assim, é fácil
observar como o melro-azul (Monticola solitarius), a gineta
(Genetta genetta) ou a vibora-cornuda (Vipera latasteí) estão bem
equipados para sobreviverem nesta paisagem agreste.
Algares e Grutas
Os alagares e as grutas naturais constituem ecossistemas de
grande interesse, devido à sua originalidade e à especialização das
espécies de invertebrados que conseguem sobreviver neste meio com
condições ecológicas pouco frequentes, onde a falta de matéria
orgânica e a ausência de luz são factores limitativos. Os morcegos
cavernícolas são os principais importadores da matéria orgânica que
suporta as comunidades de invertebrados (fauna troglóbia). como a
aranha (Nesticus lusitanus), o oligoqueta (Rhyacodrilus lindberg) e
os crustáceos (Proasellus spinipes e Proasellus lusitanicus). Das
dez espécies cavernícolas, destacam-se o
morcego-de-ferradura-mediterrânica (Rhinolophus euryale), o
morcego-de-peluche (miniopterus schreibersii) e o morcego-lanudo
(Myotis emarginatus), este último coma única colónia de criação
conhecida do país. Na sua generalidade, os morcegos são espécies
muito sensíevis, frágeis e verdadeiramente importantes do ponto de
vista ecológico, dado que fazem um controlo eficaz das populações
de insectos.
Bosques e Matagais
O coberto vegetal original do maciço calcário seria dominado
pelo carvalho-cerquinho (Quercus faginea) espalhado pelos vales e
sopés das encontas mais frescas e de que restam apenas pequenas
manchas. No carvalhal esconde-se o rato-da-serra (Eliomys
quercinus) e o pica-pau-verde (Picus viridis). Os matagais, sob a
designação corrente de "matos", que albergam todo um cortego de
plantas de altura, densidade e composição variados, são formações
vegetais que caracterizam grande parte da paisagem actual. Nestes
têm destaque algumas espécies de valor aromático e medicinal e
outras, como o carrasco (Quercus Coccifera), o alecrim (Rosmarinus
officinalis), o medronheiro (Arbutus unedo) e a roselha (Cistus
albidus), que servem de abrigo à
toutinegra-debarrete-vermelho(Sylvia atricapilla) e permitem que o
louva-deus (Mantis religiosa) planeie as suas emboscadas. Não menos
importante, mas menos descrito nos livros dado existir em maior
número, o Javali é dos animais em que mais facilmente se percebe a
sua existência quer seja pelas pedras remexidas, pelas pegadas nos
lamaçais ou pelos "túneis" escavados no mato mais alto.
Informação retirada do livro: "25 anos - Parque Natural das
Serras de Aire e Candeeiros"
Localização
Para chegarem à cache vindos de Lisboa ou do Porto na A1 saiem
em Fátima, seguem em direcção a Minde e numa pequena rotunda seguem
a direcção de Torres Novas. Chegando a uma aldeia chamada "Bairro"
seguem em direcção ás coordenadas de estacionamento.