Infante Dom Henrique
Infante Dom Henrique, Duque de Viseu, (1394 - 1460) foi um príncipe português e a mais importante figura do início da era das Descobertas, também conhecido na História como Infante de Sagres ou Navegador. Nascido em 1394 no Porto, o príncipe D. Henrique foi o quinto filho do Rei D. João I, fundador da Dinastia de Avis e de Dona Filipa de Lencastre.
Em 1414 convenceu seu pai a montar a campanha de conquista de Ceuta, na costa norte-africana junto ao Estreito de Gibraltar. A cidade foi conquistada em Agosto de 1415, abrindo para o Reino de Portugal as portas ao domínio do comércio que aquele porto exercia. No mesmo ano foi armado cavaleiro e recebeu os títulos de Duque de Viseu e Senhor da Covilhã.
Em 25 de Maio de 1420, D. Henrique foi nomeado dirigente da Ordem de Cristo, que sucedeu à Ordem dos Templários, cargo que deteria até ao fim da vida. Tornou-se um fervoroso cristão. No que concerne ao seu interesse na exploração do Oceano Atlântico, o cargo na Ordem foi também importante ao longo da década de 1440. Isso se deve ao fato da Ordem controlar vastos recursos, o que ajudou a financiar a exploração, a verdadeira paixão do príncipe.
Em 1427, os seus navegadores descobriram as primeiras ilhas dos Açores (possivelmente Gonçalo Velho). Também estas ilhas desabitadas foram depois colonizadas pelos portugueses. Até à época do Infante D. Henrique, o Cabo Bojador era para a Europa o ponto conhecido mais meridional na costa de África. Gil Eanes, que comandou uma das expedições, foi o primeiro a passá-lo, em 1434, eliminando os medos então vigentes quanto ao desconhecido que para lá do Cabo se encontraria. Com uma nova embarcação, a caravela, as expedições sofreram um grande impulso.
O Cabo Branco foi atingido em 1441 por Nuno Tristão e Antão Gonçalves. A Baía de Arguim em 1443, com consequente construção de um forte em 1448. Dinis Dias chega ao Rio Senegal e dobra o Cabo Verde em 1444. A Guiné é visitada. Assim, os limites a sul do grande deserto do Saara são ultrapassados.
A partir daí, D. Henrique cumpre um dos seus objectivos: desviar as rotas do comércio do Saara e aceder às riquezas na África Meridional. Em 1452 a chegada de ouro era em suficiente quantidade para que se cunhassem os primeiros cruzados de ouro. Entre 1444 e 1446 cerca de quarenta embarcações saíram de Lagos. Na década de 1450 descobriu-se o arquipélago de Cabo Verde. Em 1460 a costa estava já explorada até ao que é hoje a Serra Leoa.
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Estátua
Em 1864 aa Câmara Municipal de Viseu deliberou que se erigissem duas estátuas na cidade: uma ao Infante D. Henrique (pelo lustre que deu a Viseu deram o seu senhorio e ducado) e outra a D. Duarte (o rei literato, por aqui haver nascido).
A estátua do Infante apenas foi colocada na Praça da República (Rossio), de costas para o edifício da câmara, em 1960 por altura das Celebrações Henriquinas, lembrando o V Centenário da morte do Infante.
A estátua do escultor Joaquim Martins Correia, com base em forma de cunha, estava assente sobre outra "cunha de ferro" pelo que os viseenses lhe passaram a chamar o "Infante da Cunha" e a dizer a quem estava em dificuldades que fosse "pedir emprestada a cunha ao Infante" ou se o empenho parecesse difícil de obter que "só com uma cunha do tamanho da do Infante”.
Em 1987 a estátua foi transferida para o Moinho de Vento ao fundo da avenida batizada em sua honra onde foi colocada sobre um plinto de betão e retirada a "cunha".
Descrição / Tema: Monumento ao Infante D. Henrique – primeiro Duque de Viseu, ergue-se sobre uma plataforma retangular de betão com três degraus nos dois topos mais estreitos, é constituído por uma estátua de bronze, com túnica até aos pés de pregas bastante acentuadas, um cinto, capa sobre as costas e, na cabeça um chapeirão, segura na mão esquerda uma espada pelo gume e na direita o “mundo” encimado por pela cruz de Cristo.
Integra-se na linha de outras estátuas da sua autoria como a de “Amato Lusitano” em Castelo Branco e a de “Garcia de Orta” em Coimbra, não se afastando muito da estética institucionalizada pelo Estado Novo, exibe uma expressão menos austera e impositiva, marcada por “um amaneiramento de inspiração algo italianizante”.
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