Bem vindos a
esta cache que vos dá a conhecer o Castelo de Noudar e um
pouco da sua história. É na antiga vila de Noudar, a cerca de
13 quilómetros de Barrancos, que encontramos as suas
origens.
Sucessivamente
ocupada pelos povos que cruzaram a Península Ibérica através
dos séculos, os vestígios arqueológicos encontrados nesta
área são preciosos elementos cronológicos, estando comprovada
a presença humana desde a pré-história. São bem visíveis as
muralhas, com sete metros de altura, que envolviam a antiga
vila, numa extensão de 500 metros. É dentro deste perímetro
que, deambulando, se podem apreciar alguns dos tesouros
associados à história de Barrancos, como o castelo, a igreja
e as "canhas", passagens subterrâneas que ligam o castelo às
ribeiras que o rodeiam.
«
Por entre montados e estevas (...) até Noudar
»
Não
vos querendo levar tão longe somente pelo Castelo, deixo aqui mais
alguns pontos de interesse.
Castelo de Noudar
À medida que nos aproximamos pelo caminho de terra batida é bem
visível à distância a sua alta torre de menagem, de planta
quadrangular e coroada por ameias defensivas. Repentinamente e
depois de passar a Herdade da Coitadinha (
adquirida e recuperada pela EDIA quando da construção da Barragem
de Alqueva para requalificação de espécies arbóreas e fauna )
surge-nos ao fundo o Castelo. A fortaleza ergue-se suave mas
imponente. No imenso ondulado dos contrafortes da Serra Morena, a
vila assenta numa larga plataforma feita península : a sul cercada
pela ribeira da Murtega, a norte pelo Rio Ardila. Lá dentro
está o que foi a vila de Noudar, que foi até ao séc. XIX a sede do
concelho de Barrancos. Foi daqui que sairam as gentes que fundaram
a vila de Barrancos, e é em Noudar que vamos encontrar as raízes de
Barrancos. No entanto, muito pouco se sabe de concreto das suas
origens, da sua história e das suas lendas, ou mesmo dos motivos da
desvalorização do burgo até ao esquecimento. Hoje está abandonada,
e foi graças à reconstrução feita nos anos 80 do séc. XX que hoje
podemos contemplar a Igreja de Nª Sra do Desterro, ainda a mais
imponente edificação da antiga vila, algumas habitações totalmente
reconstruídas, a muralha e os seus torreões e a Torre de Menagem.
No segundo piso desta, a que se acede por escadaria de pedra,
existe um compartimento para armazenamento de água. Na alcáçova,
junto à torre, um outro processo ancestral para armazenar água: a
cisterna quatrocentista, com arcos sustentando a abóbada. Aí
mesmo existem umas catacumbas que terão sido prisões. A igreja de
Nª.Sra do Desterro foi a maior obra de reconstrução que teve lugar
na vila, devido ao seu estado de degradação.
A reconstrução feita nos anos 80 pelos alunos da Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa em colaboração das gentes da
região que contaram com a memória oral dos mestres construtores que
permitiram fazer o projecto de reconstrução baseado nas técnicas
tradicionais de construção da região, usando por exemplo a taipa.
Exemplo disso são as duas habitações totalmente reconstruídas, onde
numa delas funciona o centro de acolhimento. Paralelamente à
reconstrução foi feito um trabalho arqueológico muito importante (
que ainda não está terminado), nomeadamente com o achamento de
corpos no interior da igreja .
A notícia da sua fundação de Noudar perde-se nos séculos, não só
porque Noudar entrou na coroa portuguesa apenas no século XIII, mas
também porque o arquivo camarário ardeu duas vezes, quer pelas
invasões francesas, quer durante as lutas liberais. Viria a ser
abandonada no último quarto do séc. XIX. Noudar não escapou
aos incómodos sofridos pelas regiões fronteiriças ao longo da
História da consolidação de Portugal, tanto mais que se encaixa
estrategicamente na porção de território bem demarcada do resto do
Alentejo e pelo rio Guadiana.
Para melhor conhecer a história deste Castelo e vila que é
monumento nacional desde de 16 de Junho de 1910, e que por ser
extensa mas que vale a pena conhecer tantas que foram as vezes que
passou da coroa portuguesa para a espanhola e vice-versa, deixo
aqui o link onde pode encontrar essa informação :
http://www.portugalweb.net/castelos/alentejo/NOUDAR.asp
O castelo pode ser visitado todos os dias da semana das 10h às
18h, excepto às quintas-feiras. O guarda do Castelo vai lá todos os
dias de propósito, e aproveitou as habitações reconstruídas no seu
interior para aí manter as suas ovelhas e os seus cães, o que
confere a este Castelo uma realidade há muito esquecida! Se tentar
abstrair-se da actualidade facilmente se sente noutro século, ao
som das campainhas das ovelhas intramuros, do ladrar dos cães dos
grifos, das águias e do carrapitar das cigarras.
Fonte da Pipa
A caminho de Noudar vai encontrar junto à ribeira da Murtega a
Fonte da Pipa, junto a uma curiosa ponte e a um conjunto curioso de
moinhos em óptimo estado de conservação. Estacione em N38º
09.085 W006º 59.137, e aproveite para beber água fresca na
Fonte. Depois visite os moinhos e percorra as margens da ribeira,
tanto a montante como a jusante da ponte, e descubra uma paisagem
inimaginável num Alentejo profundo e raiano, na área mais deserta
da Europa!
Barrancos
De regresso visitem a vila de Barrancos onde encontra um
dialecto único da região e tradições já extintas no resto do
território nacional. Suba até ao ponto mais alto da vila e visite a
Igreja Matriz e o Largo principal, lugar onde decorrem as famosas
festas na ultima semana de Agosto, onde tem lugar a bárbara
tradição dos touros de morte.
Toda esta região situada a uma altitude variável abaixo dos 400m
está incluída na unidade geotectónica do maciço antigo. Região de
xistos, tem grandes aptidões naturais para a pastorícia, sendo
recortada por três importantes linhas de água : O Ardila, o Murtega
e o Murtigão. Aqui predomina o montado tendo a azinheira e a esteva
como principal coberto vegetal. Os solos da região são muito
delgados, com uma reduzida capacidade produtiva, e estão quase
exclusivamente vocacionados para sistemas florestais ou
silvo-pastoris.
Para saber mais sobre Barrancos visite:
http://www.cm-barrancos.pt/
http://www.lifecooler.com/edicoes/lifecooler/desenvArtigo.asp?art=782&rev=2&cat=394
O local
A cache está situada junto ao Castelo, mas fora deste. Estacione no
local apropriado e aproveite para dar a volta ao Castelo por fora
das muralhas no sentido dos ponteiros do relógio. No ponto mais
afastado irá encontrar a cache, num local com uma vista magnífica
para o Rio Ardila e a ribeira da Murtega. No fim de ter dado a
volta ao Castelo entre então e visite cada canto, cada pormenor e
sinta-se de volta ao passado...olhe a toda a volta e sinta o
isolamento deste local e imagine-se um guerreiro que defende o seu
próprio castelo. Comece pela Igreja, repare o tecto totalmente
reconstruído nos anos 80 usando as técnicas originais da sua
construção. Em seguida visite o centro de acolhimento onde encontra
muita informação disponível sobre Noudar e Barrancos. Ali funciona
um Centro de Interpretação da Região. Aproveite e não se esqueça de
assinar o Livro de Visitas! Coloque uma referência ao Geocaching,
se puder. Lá vai encontrar o meu nome aquando da minha visita da
colocação da cache, em 02 de Setembro de 2005.
Depois visite as restantes construções no centro do castelo que
correspondem às ruínas da antiga vila. Pode ver restos de casas, e
até um forno e uma pequena cisterna. A vida existente hoje no
castelo e até mesmo o sistema eléctrico baseado em painéis solares
e baterias confere uma certa habitabilidade que nos faz querer
ficar por ali a desfrutar toda aquela paz! Bom, depois percorra
toda a muralha, passando pelos diversos torreões, pela Porta do
Arrabalde e pela Porta da Traição. Deslumbre-se sempre com a
paisagem e repare como há rio à volta em cerca de 80% do perímetro
do castelo. Não é à toa que se chama península àquela elevação! Se
fizer esta visita no inverno poderá ver a água a correr nos rios,
se for no verão poderá tomar banho nos mesmos. Depois da muralha
visite a Torre de Menagem e a Cisterna, feita em contrafortes e
ainda em bom estado. Veja também as catacumbas que estão ali ao
lado, como que a pedirem para serem escavadas...No fim da visita
agradeça ao guarda, pois a solidão às vezes aperta, visto que
devido ao isolamento muitos dias Noudar não tem qualquer visita.
Atenção, ele não está a par do Geocaching!:)
Depois de visitar o Castelo, saia e desça o caminho. Frente ao
Castelo, um estratégico ponto de observação. O Cerro de São
Gião (ou São Ginês ou ainda S. Gens), onde outrora se
castigaram e enforcaram ladrões e prisioneiros, constitui hoje um
excelente miradouro da paisagem agreste em redor. Ainda lá está as
ruínas do que foi urna ermida de planta circular, que vigiava o
território a sul da fortaleza dedicada a S. Gens. A coordenada
deste local é : N38º 10.340 W007º 03.421.
Desca agora o Cerro e novamente na estrada em N38º 10.450
W007º 03.376 encontra um caminho que o vai levar até ao Rio
Ardila, numa zona muito bonita. A caminhada é agradável pelo
meio do arvoredo, e já junto ao rio encontra uma agradável zona de
praia, também usado para campismo selvagem. Este é um dos pontos de
passagem do percurso da Herdade da Coitadinha. Depois de
descansar à beira rio e contemplar a imponência do castelo lá no
alto, siga para N38º 10.604 W007º 03.468 , a Fonte da
Figueira, uma original construção muito bem tratada, que apesar
de ter a indicação de água imprópria para consumo demonstra o quão
importante é a água para estas pessoas.
Suba agora de novo até ao Castelo e vá buscar o carro. Volte em
direcção a Barrancos e pare em N38º 10.508 W007º 03.021, e visite o
safordão ou choça, que servia para como abrigo para
pastores. Este está em muito bom estado de conservação, pois foi
recuperado à poucos anos.
Vai passar agora novamente pela Herdade da Coitadinha,
recentemente recuperada pela EDIA. Aqui está a funcionar um centro
de acolhimento para quem quiser conhecer a herdade, fazer os
percurso já marcado no terreno e saber como foi feita a implantação
no terreno do projecto que visou salvaguardar plantas e animais que
existiam na zona alagada pela albufeira do Alqueva. Pelo caminho
até Noudar vai passar por muitas árvores, nomeadamente oliveiras
centenárias, que foram transplantadas do Alqueva.
Se quiser saber mais sobre a Herdade e se pretender alojamento
visite os seguintes links :
http://www.parquenoudar.com/
http://www.lifecooler.com/edicoes/lifecooler/desenvArtigo.asp?art=3747&rev=2&zona=26
Esta é uma cache que devido ao seu isolamento e distância não
permite uma visita rápida nem pertende ser complicada. O objectivo
é mostrar e dar a conhecer uma região do país muito pouco conhecida
e que devido a esse mesmo isolamento e desconhecimento tem vindo a
manter o aspecto primitivo e original. Espero que gostem!:)
Como chegar a Noudar:
Dirija-se até Barrancos, e logo à entrada encontra uma
rotunda e um cruzamento à esquerda, em N38º 08.038 W006º 58.809,
para onde deve virar. Depois é só seguir a estrada até à Fonte da
Pipa. Aí, depois de atravessar a Ponte é sempre em frente, nos 10km
de terra batida...:)
A cache
Esta é
uma cache regular que contém a Stashnote, Logbook, lápis, afia e
alguns presentes para troca.
É um tupperware com cerca de 12 x 8 x 6 cm.
Esta é a segunda versão desta cache uma
vez que a primeira desapareceu...por favor volte a esconder a cache
exactamente como a encontrou!
Conteúdo inicial
:
- Fita para pescoço
- Porta-chaves de mola
- Porta-chaves do Alqueva
- Boneco cão
- Geocoin
Ah, e não se esqueça
nunca: "Cache in, Trash
out!" |