A história da povoação e atual cidade de Águeda foi fantasiada ao longo de séculos. Pensava-se, por exemplo, que Águeda se identificava com o oppidum lusitano-romano de Aeminium. O antigo edifício da Câmara Municipal ostentava um brasão com uma legenda que aludia a essa suposição tradicional: "A Romanis Aeminium". Sabe-se, desde finais do século XIX, que as ruínas de Aeminium se conservam sob a atual cidade de Coimbra. Igualmente sem fundamento é a identificação de Águeda com Anegia, "cidade" medieval importante identificada com a moderna Eja, no concelho de Penafiel.
Para o local onde depois se desenvolveu a aldeia de Águeda, as mais antigas referências documentais falam-nos num casal, num porto localizado junto ao rio Águeda e numa igreja. Concretamente, documentos do século XI referem a existência de um "Casal de Lausato", localizado entre Oronhe e Assequins. A fronteira entre esse casal e Assequins era definida por um pequeno curso de água que corria para o "porto de Sancta Eolalia". Já existia, assim, uma igreja de Santa Eulália, mas esta seria uma igreja localizada em local isolado. O principal centro seria Assequins, que foi sede de concelho até ao século XIX. Várias outras igrejas da região foram construídas em locais mais ou menos isolados, por exemplo a igreja de Santa Maria de Lamas, fora da vila de Vouga, a igreja de São Pedro de Avelãs de Cima, fora da vila de Avelãs de Cima, a igreja de São Vicente de Sangalhos, fora da vila de Sangalhos, etc.
Até ao século XII, o trânsito da chamada estrada mourisca passava mais para ocidente. Uma retificação do traçado da estrada, ocorrida entre meados do século XII e inícios do século XIII, colocou a estrada a passar onde depois se formou a povoação de Águeda. Essa retificação do traçado da estrada terá sido acompanhada pela construção de pontes, nomeadamente no Vouga e no Águeda, as quais estão documentadas a partir da década de 1230.
Entretanto, as várias inquirições realizadas ao longo do século XIII, inequívocas sobre a existência de diversas povoações importantes, como Vouga, Óis, Espinhel, Recardães, Assequins, etc., guardam o mais absoluto silêncio sobre a existência de uma povoação chamada "Águeda", que só mais tarde se documentará.
Por sua vez, o Casal de Lausato do século XI nunca mais volta a ser referido. Torna-se assim arriscado estabelecer uma linha de continuidade entre o Casal de Lausato e a Águeda que aparece séculos mais tarde. O que parece seguro afirmar é que Águeda se formou na sequência da construção da ponte.
Devido à sua fundação tardia, Águeda foi durante séculos uma simples aldeia do concelho de Aveiro, aliás com uma franja a oriente que pertencia ao concelho de Assequins. Águeda era uma simples aldeia, no entanto foi-se afirmando gradualmente como uma aldeia importante, grande e rica. Na idade média, os concelhos mais importantes nesta região eram Vouga, tendencialmente em decadência, e Aveiro, em ascensão.
A sua posição viária estratégica tornou-a um importante ponto de apoio dos caminhos de Santiago, tradição que mantém até hoje. Na sua albergaria ter-se-á recolhido em 1325 a Rainha Santa Isabel, quando se dirigia em peregrinação para Santiago de Compostela.
Em 1834, Águeda ascende à categoria de sede de concelho por consequência da revolução liberal, sendo esta reforma administrativa atribuída à sua capital importância na estratégia político-militar da resistência à 2ª invasão francesa (a localidade possuía um hospital militar que socorria os feridos provenientes das batalhas).
Já no século XX, Águeda testemunha um dos seus acontecimentos mais marcantes: a Batalha (ou Combate) das Barreiras. O confronto deu-se a 27 de janeiro de 1919, dia em que um grupo de republicanos, apoiados por militares, derrotaram na zona das Barreiras (norte de Águeda) as tropas comandadas pelo monárquico Paiva Couceiro, que vinham do Norte e avançavam para Coimbra.
No dia 8 de julho de 1985, a vila de Águeda é elevada à categoria de cidade. Desde então tem experimentado um franco desenvolvimento económico e social, com altos e baixos, sendo uma das cidades mais industrializadas do país.
A principal atividade económica de Águeda é a indústria, que viveu os seus "tempos dourados" nas décadas de 1970 e 1980 com uma intensa produção de ciclomotores e bicicletas, valendo-lhe o epíteto de "Capital da Bicicleta". Adquiriu também a fama de "terra das ferragens" por ser este o seu segundo setor industrial mais privilegiado.
Nos anos ´90, começaram a falir algumas das fábricas mais importantes do município e, desde então, Águeda vive tempos mais depressivos no que diz respeito ao ramo industrial. No início do novo milénio, perdeu ainda algumas fábricas para os municípios vizinhos de Tondela e Oliveira de Frades, que se tornaram dois polos industriais dinâmicos na região.
Ainda assim, o município tem tentado recuperar alguma da sua importância neste setor, sendo exemplo desta revitalização o Parque Empresarial do Casarão. Inaugurado em 2017 e com uma área total de 1.640.072 m2 .
O parque é fruto de um investimento aproximado de 5 milhões de euros da Câmara Municipal, acolhendo algumas empresas da indústria das duas rodas.
Águeda assume que a conquista de uma “valiosa imagem” de marca como “Capital da Bicicleta” faz parte dos objetivos sobretudo pelo relançamento do setor das duas rodas com impacto na economia. A instalação de novas unidades industriais tem vindo a ganhar relevo na vida do Município.
A promoção do uso dos velocípedes como meio de transporte, aumentando em 10% a quota modal da bicicleta (que atualmente representa 0,5% do total das deslocações casa-trabalho/escola), e a redução do número de automóveis nas deslocações diárias (reduzir em 10% o número de deslocações em veículo individual), assim como a diminuição da sinistralidade rodoviária são alguns dos objetivos desta iniciativa.
Informação obtida no sites:
https://terranova.pt/noticias/economia/agueda-assume-desejo-de-voltar-ser-capital-da-bicicleta
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gueda