Esta Fonte de S. José faz parte de um excelente trabalho desenvolvido pelo GAT (Gabinete apoio técnico de Abrantes) que exemplarmente elaborou para o Agrupamento de Municípios de Abrantes Constância Gavião Mação Sardoal, denominado "ROTA dos CÂNTAROS e CANTOS" pretendo levar-vos a conhecer estes Tesouros Discretos dos Povos
Classificada como Imóvel de Valor Concelhio, por Decreto n.º 95/78, em DR n.º 210, de 12 de Setembro de 1978, é uma fonte de espaldar monumental, marcadamente popular e barroco, enquadrada por elementos arquitectónicos clássicos.
Em 1791, data inscrita no tímpano do frontão, deu-se por terminada a construção da fonte.
Por ser utilizada para abastecimento da população de Alferrarede, mas também das Barreiras do Tejo e de Abrantes, onde só existiam cisternas, foi radicalmente recuperada em 1865, tendo os seus canos sido desobstruídos e abobadados de novo até à nascente de água, tendo-se gasto 128.250 reis.
Segundo os acórdãos da Câmara, a fonte foi limpa em 1867, integrada no grande projecto de requalificação das fontes da cidade. No ano seguinte, a obra de reparação prosseguiu, ficando a fonte com o estatuto e a dignidade recuperada.
Mais recentemente, em 1993, procedeu-se a novo restauro da fonte com assentamento do painel de azulejos policromos no tardoz do frontão, abrindo para a via de circulação representando S. José e o Menino, assinados por Fortuna, ofícios. Vasco Leonardo 1992 e num painel menor, no tardoz do plinto, a inscrição: Junta de Freguesia de Alferrarede 19-03-93, Fortuna
Considerado o local mais romântico de Alferrarede, pois era na Fonte que nas mais calmosas noites de Verão a população se juntava. Aqui começaram muitos namoros e se combinaram saudáveis matrimónios.
Durante muitos anos, realizaram-se, no seu acanhado largo, as Festas do Bodo, que ocorriam pelo São Pedro e que consistiam num vulgaríssimo e inofensivo arraial popular e terminavam com um invulgar e difícil trepar de um pinheiro esfolado, cujos últimos metros estavam fortemente ensebados. Os concorrentes chegados à zona do sebo, entravam num arreliante sobe e desce, sendo que no final o vencedor recolhia uma nota de 500$00, prémio mais que chorudo para a época. Mas o ponto alto do arraial, ocorria justamente no dia de São Pedro (29 de Junho) e consistia no Bodo aos Pobres, que não era mais do que uma altruísta manifestação de caridade. O pão recolhido num peditório era benzido pelo Pároco e levado em cortejo até à Fonte de São José e aqui era distribuído pela Comissão de Festas pelas famílias mais necessitadas.
Os tempos foram correndo e as festas transmudadas para o campo de futebol. Depois de se manterem vários anos, com bom nível, começou a inevitável erosão, até atingirem a delapidação total. Hoje em dia, são apenas uma saudade guardada na memória dos mais idosos.
Mas se se perdeu uma tradição profana, ganhou-se um local de culto. Hoje em dia, e todos os dias a 19 de Março, dia de São José e dia do Pai, as crianças da escola acompanhadas dos professores e as criancinhas do Centro Social, na companhia das Irmãs da Apresentação de Maria da Comunidade de Alferrarede e de alguns devotos de São José, ali vão junto do painel do Santo, pedir protecção e ajuda para os seus pais
A inscrição no tímpano do frontão revela a data de construção da fonte: 1791.
É abastecida por uma mina de 700 metros de comprimento, proveniente dos terrenos arenosos do Tapadão.
Em 1930 existiam aguadeiras em Alferrarede que cobravam dois tostões por cântaro levado ao domicílio.
O painel de azulejo colocado em 1992 foi escolhido por particulares, após ter sido descoberto um exemplar idêntico na Quinta do Anjo, próximo de Mafra. O seu valor orçou em 80 contos, doados pelo Sr. Francisco Pereira, apesar da subscrição pública