ATENÇÂO: Devido à vegetação, poderá haver um pequeno erro nas coordenadas; É necessária especial atenção caso leve crianças ou animais de estimação, devido à proximidade da estrada.
O "Casal do Martelo" hoje despovoado, fisicamente situado junto à Opeia, Freguesia de Caranguejeira, era, de acordo com as "Memórias Paroquiais de Caranguejeira" constituído em 1758, por 4 fogos e 10 habitantes. Por sua vez, nas "Memórias do Bispado de Leiria", redigidas entre 1605 e 1657, não existe qualquer referência ao povoado ou à Ermida de Casal de Martelo, o que entra em contradição com as provas epigráficas existentes, nomeadamente com a data de 1626 à entrada do Templo. O Templo que em 1758 era pertença de João de Melo, de Leiria, tinha como orago Santa Maria Madalena. Hoje, o templo encontra-se infelizmente, abandonado, pelo que, aqui se faz um apelo para que não se deixe desaparecer o edifício, como se verificou em outras ermidas de Leiria e seu Concelho, caso da de São Guilherme do Pedrome, em Santa Catarina de Serra, cuja localização exacta tem sido extremamente difícil de apurar. De planta rectangular, as paredes do corpo de Ermida, em rocha calcária sobreposta, com saibro nos interstícios e respectivo reboco, suportavam um telhado em madeira, com telhas de canudo. À entrada da Capela-Mor existe um arco de volta perfeita, em calcário lioz, que faz a ligação com a abóbada de berço, em cerâmica, coberta e caiada. A Capela-Mor, foi erigida através de um sistema de madeira, que permitiu a edificação dos arcos, tendo sido retirado após conclusão das obras. Na parede voltada para a estrada, existe uma diminuta janela, com cantaria no exterior, assim como, no interior no interior, um pequeno suporte, também em calcário. A cantaria de acesso à Capela, assim como a da entrada do Templo, que é de calcário lioz, mais duro e, por isso, mais resistente que o usual. Se no primeiro caso dois pilares rectangulares suportam o arco, no segundo suportam a cantaria com elementos escultóricos, à entrada. As portas, agora inexistentes, eram de madeira, como os altares, giravam sobre gonzos e possuíam uma tranca de madeira, por dentro. Por fim, a data, facilmente perceptível como 1626, está provida, no entanto, de 2 letras, "i" e "z" assim como de dois "6", ou seja. "i6z6". O "i" corresponde ao algarismo "1", em notação matemática contemporânea, e o "z" ao 2. De facto, nos séculos XVII-XVIII, era frequente o uso, em simultâneo, de algarismos e letras para representar um determinado numeral, neste caso, uma data.
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